Prazer e alimento: a música na vida de Lucas Espíndola



A sensação de dormir e acordar, todos os dias, cercado de música, ouvindo sua tia cantar as canções que embalam por todo país a vida de diversas pessoas por aí afora – e na voz dela, mesmo, ou melhor ainda: delas. Junte a isso, o violão do pai, os musicais da irmã, e toda atmosfera propícia à arte. O resultado não poderia, afinal ser muito diferente: a música corre nas veias de Lucas Espíndola, e na voz e no baixo que ele tão bem executa em sua banda, Dalai.

Foi ao ver um show dos Rolling Stones, em 1995, pela TV, que ele sentiu pela primeira vez a energia vinda do rock, a necessidade de também criar e fazer parte desse mundo. No violão, aos 12 anos, tirou o riff de "Satisfaction", trocando depois as 6 cordas pelas 4 do baixo. E no encontro com Rodolfo Rodrigues, em 2004, após uma sessão de Radiohead tocado acústico pelos dois jovens que se conheciam na casa de parentes e amigos em comum, consolidou-se uma parceria que, anos a frente, resultaria na banda "Dalai". Banda que, para Lucas, mudou completamente após a entrada do baterista Gabriel Alterio (a quem ele chama de "o dono da banda"). Com um CD homônimo lançado em 2011 (que você pode escutar e baixar aqui), e após a incorporação ao grupo do pianista Bruno Piazza, eles prometem disco novo para 2014.

Além de baixista, Lucas é compositor e divide com Rodolfo os vocais nas canções extremamente imagéticas e melódicas da banda. No palco, ele coloca toda a profundidade da alma do artista, que canta e toca com o coração na garganta, prestes a saltar, lívido de prazer.

Para Lucas, a música é "como um alimento, descanso para alma". A realização, que brilha nos olhos deste jovem pai de três crianças, é o resultado perfeito da confluência entre talento, vocação e oportunidade. O palco, seu habitat natural, os discos, sua motivação pra continuar. E a certeza de que, pela frente, ainda há muito o que vir!


por Isa Leite